A seguir postarei um exercício prático sobre o domínio do pensamento. Trata-se de uma técnica do Hermetismo, aqui escrita por Franz Bardon. A técnica se assemelha muito aos exercícios de concentração para quem quer aprender a meditar. Recomendo muito sua prática e aciduidade na mesma, sendo que por experiência própria, vem me surtindo bons resultados. Com o domínio desse exercício é possível limpar a mente e alterar seu estado de consciência quando se fizer necessário, como por exemplo em situações que a emoção negativa tomar conta de seu ser. A quem se interessar sobre as ciências e princípios herméticos, o livro do qual retirei o exercício "Iniciação ao Hermetismo" de Franz Bardon, encontra-se disponível na internet e de fácil acesso em diversos sites como o 4shared e o blog "Bardonista", onde há outros textos de Franz Bardon e informações sobre o autor. Sem mais delongas, vamos ao exercício:
Domínio do Pensamento
Sente‑se
confortavelmente numa cadeira ou deite‑se num divã. Relaxe todo o corpo, feche
os olhos durante cinco minutos e observe o curso dos pensamentos que você tenta
fixar. No início irá perceber que uma grande quantidade desses pensamentos
precipitar‑se‑ão em sua mente, na sua maioria pensamentos relativos a coisas a
situações do dia‑a‑dia, às suas atividades profissionais, suas preocupações em
geral. Imagine‑se na posição de um observador silencioso, totalmente livre a
independente. Conforme o estado de ânimo e a situação em que você se encontrar
no momento, esse exercício será mais ou menos difícil de realizar. Não se trata
de perder o curso do pensamento ou de esquecê‑lo, mas de acompanhá-lo com
atenção. Devemos sobretudo evitar pegar no sono durante o exercício. Ao nos
sentirmos cansados, devemos interromper o exercício imediatamente a adiá-lo
para uma outra ocasião, quando então assumiremos o compromisso de não nos
deixarmos dominar pelo cansaço. Para não perder o seu tempo precioso, os
indianos, por exemplo, borrifam ou esfregam água fria no rosto a no peito, a
assim conseguem permanecer despertos. Algumas respirações profundas antes do
exercício também eliminam e previnem o cansaço e a sonolência.
Com o tempo,
o aprendiz descobrirá por si mesmo essas a outras pequenas medidas auxiliares.
Esse exercício de controle do pensamento deverá ser feito de manhã e à noite,
e a cada dia o seu tempo deverá ser prolongado em um minuto, para que em uma
semana possamos acompanhar a controlar o curso de nossos pensamentos por no
máximo dez minutos sem nos dispersarmos. Esse período de tempo foi determinado
para o homem mediano, comum. Quem achá-lo insuficiente pode prolongá-lo de
acordo com a própria avaliação.
De qualquer
modo deve‑se avançar com prudência, pois não há motivos para pressa; em cada
pessoa o desenvolvimento ocorre de forma bastante individual. Mas não se deve
de jeito nenhum seguir adiante antes de dominar totalmente o exercício
anterior.
O aprendiz
atencioso perceberá como inicialmente os pensamentos vão sobressaltá‑lo,
passando por sua mente em grande velocidade a dificultando a sua captação. Mas
de um exercício a outro ele constatará que o caos inicial irá desaparecendo aos
poucos a eles ficarão mais ordenados, até que só uns poucos surgirão na sua
mente como que vindos de muito longe.
Devemos
dedicar a máxima atenção a esse trabalho de controle do pensamento, pois ele é
extremamente importante para a evolução mágica, o que mais tarde se evidenciará
por si mesmo.
Pressupondo‑se
que o exercício em questão foi suficientemente elaborado a que todos já
conseguem dominar a sua prática, podemos prosseguir com mais uma instrução, que
é a instrução mental.
Já
aprendemos a controlar nossos pensamentos. O exercício seguinte consiste em não
permitir que pensamentos insistentes e indesejados aflorem em nossas mentes.
Por exemplo, ao retornarmos à nossa vida privada a familiar, devemos estar em
condições de evitar as preocupações ligadas ao nosso trabalho profissional.
Todos os pensamentos que não pertencem à nossa vida privada
devem ser
desligados, a devemos imediatamente nos transformar em outras pessoas. E vice‑versa,
na nossa atividade profissional devemos direcionar nossos pensamentos
exclusivamente ao trabalho a não permitir que se desviem para outros locais,
como o ambiente doméstico ou privado, ou qualquer outro. Isso deve ser
exercitado até transformar‑se num hábito.
Devemos
sobretudo habituar‑nos a executar nossas tarefas, no trabalho ou na vida
privada, com a máxima consciência, sem levar em conta o fato de se tratar de
algo grande, importante, ou de uma coisa insignificante, pequena. Esse
exercício deve ser cultivado ao longo de toda a vida, pois ele aguça a mente a
fortalece a memória e a consciência.
Depois de
obtermos uma certa prática na execução desse exercício, podemos passar ao
próximo, que consiste em fixar uma única idéia por um certo período de tempo, a
reprimir com firmeza outros pensamentos que vêm se juntar a ela na mente, com
violentos sobressaltos. Escolha um pensamento ou uma idéia qualquer de sua
preferência, ou então uma imagem. Fixe‑a com toda a força, a rejeite
energicamente todos os outros pensamentos que não tenham nada a ver com os do
exercício. No início, você só conseguirá fazer isso por alguns segundos, a
posteriormente, por alguns minutos. Você tem que conseguir fixar um único
pensamento a acompanhá-lo por no mínimo dez minutos seguidos.
Se for bem
sucedido em seu intento, estará maduro para mais um exercício, que consistirá
no aprendizado do esvaziamento total da mente. Deite‑se confortavelmente num
sofá ou numa cama, ou então sobre uma cadeira reclinável, a relaxe o corpo
inteiro. Feche os olhos. Rejeite energicamente todos os pensamentos emergentes.
Em sua mente não deve haver nada, somente o vazio total. Fixe esse estado de
vazio total, sem se desviar ou se distrair. No início você só conseguirá manter
isso durante alguns segundos, mas exercitando‑se constantemente conseguirá um
melhor desempenho. O objetivo do exercício será alcançado quando você conseguir
manter‑se nesse estado durante dez minutos completos, sem se distrair ou
adormecer.
Seus
sucessos, fracassos, tempos de duração dos exercícios e eventuais perturbações
deverão ser anotados cuidadosamente num diário mágico. (Mais detalhes sobre
isso serão apresentados no item "Instrução Mágica da Alma"). Esse
diário servirá para o controle pessoal de sua escalada. Quanto mais
consciencioso você for na consecução dos exercícios aqui descritos, tanto
melhor será a sua assimilação dos restantes.
Elabore um
plano preciso de trabalho para a semana entrante ou para o dia seguinte. E
principalmente, cultive a auto‑crítica."
(segunda parte -Instrução Mágica
do Espírito, da Alma a do Corpo - Grau 1)